quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sango


Xangô é proibido de participar do culto dos eguns;


Uma vez os sacerdotes do cultos aos mortos convidaram Xangô a entrar no quarto de balé,onde estão fixados os espíritos dos ancestrais,e participar de todos os seus rituais.
Xangô viu e inspecionou tudo o que havia lá dentro,tudo que era feito no secretissimo no espaço dos eguns.Observou como os ritos eram celebrados e prestou atenção em tudo o que os ojés diziam.
Todos lhe recomendaram guardar total segredo sobre tudo que ali testemunhou.Mas Xangô,assim que saiu daquele lugar,contou tudo o que viu para todo mundo.
Os ojés expulsaram para sempre da sociedade deles e o proibiram permanentemente de voltar a pisar no quarto de balé,onde se celebra o espírito dos antepassados ilustres,onde se cultuam os eguns.
Lá dentro o poderio de Xangô não significa nada.

Deus do trovão, irmão mais novo de SÀNGÓ AJAKÀ, foi o quarto ALAFIN de OYÒ. Viveu em 1450 antes de cristo com o nome de OLUFIRAN. Era filho de ORANMYAN e TOROSI , YIÁ GBODO ( rainha de Nupe ). Foi o maior conquistador e possuia o poder de provocar raios e relâmpagos. Foi marido de sua prima OYA ( princesa de Irá-Nupe ). Enforcou-se na colina de KOSSO em OYÒ, onde hoje existe o palácio real do ALÁÀÀFÍN. Foi deificado após sua morte. Rreinou por 14 anos. Foi o mais poderoso e mais forte de todos os ALÁÀÀFÍNS.

Para os africanos êle reune em sua figura mística três importantes divindades, que são:

- JACUTA

É aquêle que atira as pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de OLÓÒRUN, o Deus criador.

- ORANFÉ

É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade de IFÈ.

- TAPÀ

É muito conhecido por seu temperamento imperioso e viril. Não perdoa os erros de seus filhos.


SÀNGÓ usa um machado de duas lâminas, chamado OSÉ, dado por ÒGÚN e na mão o SÈRE, que é feito de uma cabaça alongada com pequenos grãos de areia dentro, que ao ser agitada produz um ruído semelhante ao da chuva. Os EDUN ARÀ ( pedras de raio ) são colocados numa gamela redonda, em cima do ODÒ, pilão de duas bocas, em seus altares sagrados, Usa também uma bolça de couro, ornada com búzios, que usa a tiracolo, guardando ali suas pedras de fogo, num total de 12, representando seus 12 ministros, que lança na terra durante as batalhas, durante as tempestades e contra seus inimigos nas batalhas. Usa ainda uma coroa ornada em búzios.

O ÉGÚN de SÀNGÓ chama-se alàpalà.

SÀNGO como todos os reis e chefes de estado, traz consigo os seus conselheiros, os homens que o ajudam a governar e que recebem uma designa"~ao de do lado direito, OTUN OBÀ, e do lado esquerdo, OCI OBÀ.

Os OBÀS da direita não seguram o SERE, porém têm direito a voz e voto, os da esquerda seguram SERE e só têm direito a voto.

Os seis OBÀS da direita são :

- OBÀ ABI ODUN

- OBÀ YIRÈ

- OBÀ AROLU

- OBÀ TELÀ

- OBÀ OTOPI

- OBÀ KANKUNFÒ


Os seis OBÀS da esquerda são :

- OBÀ ONOXOKUN

- OBÀ ARESSA

- OBÀ ELERIN

- OBÀ ONIKOIN

- OBÀ OLUBON

- OBÀ XORUN


Após o desaparecimento de SÀNGÓ, seus sacerdotes reuniram-se com a finalidade de perpertuarem a memória de seu rei e, num culto secreto e religioso, criaram o culto dos OBÀS de SÀNGÓ.

Seu assentamento é feito na gamela redonda.

Seus bichos são o carneiro ( não se deve oferecer ), ajapà ( cágado ), d"angola e pombo.

Divindade da justiça, das pedreiras e do trovão.

Sua saudação: KÁ WÒÓ, KÁ BIYÈ SÍ, quer dizer: Podemos

olhar vossa real majestade.

QUALIDADES


- AGONJÚ

Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com YEMONJA. É o filho mais novo de ORANNIAN e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais cruel é aquêle que leva o coração do inimigo na lança. É o SÀNGÓ amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe.

Na verdade foi o 6º Alafin de Oyo que viveu em 1.240 A.C., aproximadamente. Era sobrinho neto de SHANGO.


- BARU

Pega tempo e come com ÈSÙ. Dependendo da época este Òrìsá ora é BARU ora é ÌRÓKÒ. Tem caminhos com OYA YÀTOPÈ . Não come quiabo nem amalá, come amendoim cozido e padê. Na África êle é chamado de maluco, pois durante seu reinado fez muita besteira, motivo pelo qual os africanos não o raspam nem assentam. Não fazia prisioneiros, matava todos.

Veste-se de marrom e branco e suas contas são iguais a roupa. Toca-se para ÈSÙ e SÀNGÓ.

BARU era muito destemido, mas quando comia quiabo, que êle gostava muito, dormia o tempo todo e por isto perdeu muitas contendas, pois, quando acordava seus adversários já tinham voltado da guerra. Êle ficava indignado. Então resolveu consultar um OLUÓ que lhe disse : Se é assim, deixe de comer quiabo - BARU perguntou : me diz o que comerei no lugar do quiabo... Só folhas... Só folhas ? perguntou BARU - Sim, respondeu o OLUÓ, tem duas qualidades , uma se chama oió e a outra xaná, são boas e gostosas como o quiabo. E BARU falou : - A partir de hoje, eu não comerei mais quiabo.


- BADÈ

É o mais jovem VODUM da família do raio ( cujo chefe é KEVIOSSO ), corresponde ao SÀNGÓ jovem dos NAGO. É irmão de LOKO. Usa roupa azul com faixa atada atras. Não fuma, não bebe nem fala. Um de seus animais prediletos é o chicharro.


- OBAKOSSO

Perdeu os poderes mágicos de transportar-se da terra para o céu, enforcando-se num pé de OBI. Tem fundamentos com ÈSÙ, ÉGÚN e OYA, devido a sua morte.


- AGODO

Muito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedecido, foi êle quem raptou OBÁ. Come com YEMONJA


- AFONJÀ

É o dono do talismã mágico dado por OYA a mando de OBÀTÁLÁ. É aquêle que fulmina seus inimigos com o raio. Come com YEMONJA, sua mãe.


- ALAFIN

É o dono do palácio real, o governante de OYO. Vem numa parte de ÒÒSÀÀLÀ e caminha com OSOGUIAN.


- OBÀ OLUBÈ

É muito orgulhoso, intratável e muito bruto. Come com OYA.


- OLO ROQUE

Seria o pai de ÒSUN OPARÀ. Tem fundamento com ÒSÓÒSÌ. Veste vermelho e branco ou marrom e branco.


- ALUFAN

É idêntico a um AYRÀ. Confundem êle com OSÀLÚFÓN. Veste branco e suas ferramentas são prateadas.


SUAS FOLHAS


- Bico de papagaio, chocalho de xango, erva de São João, inhame acará, malva cheirosa, panaceia, para-raio, quiabeiro, tamarindeira, urucum, xiquexique.


LENDA


SÀNGÓ recebeu das mãos de OLODUMARÈ, o Deus supremo, um pilão de prata que representa a união da terra, ÀIYÉ, com o céu, ÒRUN, o plano paralelo a terra onde moram os Òrìsás. Nesta ocasião SÀNGÓ foi elevado a categoria de OBÁ OYO, rei de OYO, passando a ser o quarto ALÁÀÁFÍN de OYO, sendo o únuco ser vivo a ter o privilégio de ir e vir da terra para o céu para comunicar-se diretamente com ÒRÚNMÌLÀ, recebendo desse Òrìsá ordens e instruções para este melhor orientar-se em suas decisões na terra. Após contar a ÒRÚNMÌLÀ tudo o que se passava naterra êle retornava feliz , pois sabia que era de plena confiança desse Òrìsá. Como ser carnal êle foi possuído pela ambição, cometendo um pecado imperdoável aos olhos de OLÓÒRUN que, por ser muito justo, jamais aceitou uma traição. SÀNGÓ tentou apossar-se, definitivamente, do governo e dos poderes da terra e de todos os poderes que existiam no espaço. OLODUMARÈ sabendo de tudo que se passava castigou-o, tomando-lhe o pilão que lhe dava o poder de transitar, vivo, para o céu e o poder de governar os homens da terra. SÀNGÓ desgostoso e muito arrempendido dos atos que praticara entrou em completo desespero, de joelhos, rogou perdão a todos os seres maiores, que lhe viraram as costas. Triste e magoado subiu num monte existente em OYO e enforcou-se num pé de OBI , a noz de cola , o pão de ÒÒSÀÀLÀ .

Porém SÀNGÓ não morreu, desapareceu, ficando o seu espírito entre os dois mundos paralelos a terra. OLÓÒRUN começou a sentir a falta de seu servo, mesmo sabendo de sua traição, pois SÀNGÓ foi apedrejado por todos, pois nessa época era a mais terrível das faltas. OLÓÒRUN pensou, pensou muito e tomou uma decisão, foi até OLODUMARÈ e rogou-lhe perdão em nome de SÀNGÓ, pedindo-lhe trouxesse-lhe seu tão amado servo . OLODUMARÈ então concedeu o perdão a SÀNGÓ, mas com uma condição, que não mais viesse como homem, mas sim como Òrìsá e que todas as pedras que lhe foram atiradas servissem para êle castigar os mentirosoa, os ladrões e que fulminasse os traidores. E assim foi feito. SÀNGÓ retornou a terra como Òrìsà e não mais como ARAYILE ( ser humano ) , representando assim, a ira do próprio OLÓÒRUN contra os homens que se comportam mal na terra, passando a ostentar então um pilão de duas bocas, a parte de baixo representando a terra e a de cima o céu, continuando, assim, a exercer o seu governo em forma de Òrìsá . É proibido o uso de OBI em seus assentamentos, pois lembra a sua passagem de vida e de morte na terra , tornando-se o OBI uma se suas grandes KIZILA.

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